Capítulo 1
Ano de 1963
Era mais um dia comum de
inverno. O Sol gelado aquecia minhas irmãs que brincavam no jardim do castelo,
enquanto isso eu estava esperando minha Ama acabar de costurar o rasgo que eu
havia feito em meu vestido, mais uma vez a desastrada da Alice rasga seu
vestido.
Como eu era a filha mais velha,
meus pais queriam que eu conhecesse meus pretendentes para a festa de casamento
que aconteceria daqui a sete meses. Eu tinha apenas dezenove anos e tinha uma
responsabilidade tremenda em minhas mãos.
Me lembro enquanto olhava pela
vidraça do meu quarto, minhas irmãs brincarem, tão ingênuas, e me recordo de
quando fazia o mesmo.
Meu pai se sentava comigo então
eu ficava pegando as flores do jardim e fazendo um lindo buquê. Hoje me assusto
em pensar que usarei esse buquê para me casar com alguém que meus pais
escolherem para mim. Não os culpo, afinal de contas, eles também não têm culpa
desta tradição estúpida.
Quando era menor, sempre pensei
em me casar com alguém que realmente amava. Mas isso seria impossível, pois sou
uma princesa e tenho regras e deveres a seguir, e nunca desapontaria meus pais.
Nicholas Conta à História
-Eu não farei isto! Entendam de
uma vez por todas! – Saia desesperado daquela sala onde não ficaria nem mais um
segundo. Eu dei um basta a toda aquela história do meu pai.
Como ele me obrigaria a me
casar com alguém que mal conheço? Uma das dez pretendentes que mal sei o nome e
nem de onde são? Será que alguma vez já pensaram em mim?
O meu maior problema agora e o que me deixava mais furioso,
era o fato de eu não poder fazer minhas próprias escolhas. Sempre foi deste
jeito. Sempre escolheram o “melhor para mim”, mas será que alguma vez já se
perguntaram se aquilo era o que eu realmente queria?
Era impossível mudar a mente dos meus pais, já que os mesmos
vieram desta tradição e permanecerão nela para todo sempre. Era impossível
achar alguém naquele lugar que realmente ligasse para o que eu fazia ou deixava
de fazer. Todas aquelas pesssoas só estavam preocupadas no trono e no seu
dinheiro, enquanto eu não queria nada daquilo que estava ali; e por este
motivo, nunca, ninguém me entendeu.
Eu não era a pessoa certa para
estar ali. E no fim das contas, tinha medo de estar ali. Nunca ninguém entendeu
o verdadeiro significado de “amar” neste lugar, pois todos vieram desta mesma
vida medíocre de luxo e escolhas racionais que no fim das contas é passada para
seus filhos e assim em diante.
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