terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Capítulo 1

Ano de 1963

Era mais um dia comum de inverno. O Sol gelado aquecia minhas irmãs que brincavam no jardim do castelo, enquanto isso eu estava esperando minha Ama acabar de costurar o rasgo que eu havia feito em meu vestido, mais uma vez a desastrada da Alice rasga seu vestido.
Como eu era a filha mais velha, meus pais queriam que eu conhecesse meus pretendentes para a festa de casamento que aconteceria daqui a sete meses. Eu tinha apenas dezenove anos e tinha uma responsabilidade tremenda em minhas mãos.
Me lembro enquanto olhava pela vidraça do meu quarto, minhas irmãs brincarem, tão ingênuas, e me recordo de quando fazia o mesmo.
Meu pai se sentava comigo então eu ficava pegando as flores do jardim e fazendo um lindo buquê. Hoje me assusto em pensar que usarei esse buquê para me casar com alguém que meus pais escolherem para mim. Não os culpo, afinal de contas, eles também não têm culpa desta tradição estúpida.
Quando era menor, sempre pensei em me casar com alguém que realmente amava. Mas isso seria impossível, pois sou uma princesa e tenho regras e deveres a seguir, e nunca desapontaria meus pais.


Nicholas Conta à História

-Eu não farei isto! Entendam de uma vez por todas! – Saia desesperado daquela sala onde não ficaria nem mais um segundo. Eu dei um basta a toda aquela história do meu pai.
Como ele me obrigaria a me casar com alguém que mal conheço? Uma das dez pretendentes que mal sei o nome e nem de onde são? Será que alguma vez já pensaram em mim?
O meu maior problema agora e o que me deixava mais furioso, era o fato de eu não poder fazer minhas próprias escolhas. Sempre foi deste jeito. Sempre escolheram o “melhor para mim”, mas será que alguma vez já se perguntaram se aquilo era o que eu realmente queria?
Era impossível mudar a mente dos meus pais, já que os mesmos vieram desta tradição e permanecerão nela para todo sempre. Era impossível achar alguém naquele lugar que realmente ligasse para o que eu fazia ou deixava de fazer. Todas aquelas pesssoas só estavam preocupadas no trono e no seu dinheiro, enquanto eu não queria nada daquilo que estava ali; e por este motivo, nunca, ninguém me entendeu.

Eu não era a pessoa certa para estar ali. E no fim das contas, tinha medo de estar ali. Nunca ninguém entendeu o verdadeiro significado de “amar” neste lugar, pois todos vieram desta mesma vida medíocre de luxo e escolhas racionais que no fim das contas é passada para seus filhos e assim em diante.


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