Pisquei três vezes antes de abrir meus olhos
completamente, minha boca estava seca e eu não enxergava direito.
-Você está bem?- Uma voz no fundo da minha cabeça
dizia levemente com um tom que fazia sintonia com sua voz
-Quem..é você?
Esbarro minhas mãos para tentar senti-lo
-Você está bem?-Ele insiste em repetir
-Acho que sim, estou com um pouco de sede.Onde
estou?
-No hospital
-Hospital?Porque me trouxe aqui? Quem é você?
-Tragam água para ela por favor-Ele falava para
algum tipo de enfermeira do hospital
Minhas vistas embaçadas não conseguiam focar seu
rosto, me levanto da cama branca como a neve, minha veia estava com uma agulha,
acho que estava tomando algum tipo de medicamento.
-Quem é você? Me diz logo!
-Quer que eu ligue para alguém de sua família?
-Quero que você me diga quem é!
-Onde seu celular está?
-Acho que na minha bolsa- Passo a mão sobre a
minha testa
-Você tem uma ligação da sua mãe, vou ligar para
ela, fale com ela
Ele me deu o celular que fazia aquele som fininho
de “tu” que sempre me irritava
“-Alô Filha?
-Mãe
-Onde você está, que barulho é esse?
-Estou no hospital mãe
-Hospital? Como assim?
-Não tomei café da manha hoje e nem
almocei porque fui ver o tumulo da vovó
-Você sabe que não pode ficar sem comer
Daisy e insiste nisso?
-Estou bem mãe, um moço me trouxe aqui
-Moço? Que moço Daisy? Você sabe que
não pode falar com estranhos
-Não falei, eu simplesmente desmaiei na
rua e acordei no hospital com um moço do meu lado
-Deixa eu falar com essa pessoa
Quando tiro meu telefone da orelha e vou entregar
o telefone para ele ele simplesmente não estava mais lá, ele sumiu de uma hora
pra outra, de repente, como se fosse um anjo que nasceu pra me salvar.
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