segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Capítulo 11

A vida por aqui era tão sem graça e voltou a ser como antes, eu procurava Italo todos os dias desse um mês aqui sozinha, mas nada, nenhum lugar ele estava, nenhum telefone ele atendia, nenhum bilhete e nenhuma carta eram deixados em minha casa. Esse um mês foi um mês como todos os outros, faculdade, túmulo da vovó, casa. Não podia ficar muito na rua, era perigoso, podia acabar sendo enterrada ao lado de minha vó por causa do meu pai.
-Daisy, você pode me ajudar com esses exercícios aqui por favor?- Uma colega de classe me pergunta
-Claro
Porque tudo era tão monótono?
Saio da faculdade e vou na floricultura comprar margaridas para colocar no túmulo da vovó, elas estavam tão lindas e cheirosas, ela iria adorar.
Chegando no túmulo de minha avó, vejo um buquê de rosas vermelhas deixado lá recentemente, pois ainda estavam frescas, juntamente com um bilhete. Fiquei muito curiosa para saber que diabos que era aquele bilhete que estava ali, então deixo minhas margaridas em cima do túmulo e pego o bilhete que dizia:
“ Daisy,
Eu sei que todos os dias você vem aqui, então, por isso, acabei deixando essa carta aqui, porque também sei que você é muito curiosa e abriria ela sem pensar duas vezes. Estou aqui te escrevendo porque sinto sua falta Daisy, sinto falta de pequenos momentos que tivemos que foram os melhores que alguém poderia ter. Quero te pedir perdão, mas não posso ficar com você, é muito perigoso Daisy, você não pode me ver, por mais que queira e por mais que eu queira demais te ver também. Promete para mim que nunca vai amar uma pessoa como me amou, porque prometerei isso para você também. Infelizmente o destino tirou você de mim, mas não posso, não posso ficar com você Daisy e nem você comigo. Quero apenas lhe dizer que te amo, te amo como eu nunca amei e nunca vou amar ninguém, promete que vai ficar bem, e se precisar de mim, primeiro me perdoe por não estar ao seu lado, mas depois olhe para o céu e pense em mim, pois também irei pensar em você.
                                                                                                               Ass: Italo.”

Acho que somente a vovó poderia saber como eu estava me sentindo agora. Eu estava triste pois Italo tinha acabado de escrever que nunca mais voltaria, mas por outro lado, estava me sentindo aliviada por ele pelo menos estar me escrevendo. Mas Italo poderia estar por ali, e precisava -lo, mesmo que fosse impossível.
Peguei minha bolsa e sai do cemitério, lá fiquei o procurando para ver se o achava, mas nada, ele não estava ali. Fiz todos os caminhos possíveis para tentar encontra-lo, mas sem sucesso.
Estava tão cansada, que resolvo voltar pra casa, já que  havia percebido que eu não iria -lo novamente.
Estava andando pela rua calma e sem nenhuma alma para conversar, apenas eu e eu.
Quando estou olhando a paisagem vejo que havia um homem, um garoto, do outro lado da rua, minha primeira visão é despercebida, mas olho mais uma vez e sim, ele parecia muito ser Italo
-Italo?
Ele começa a apertar o passo e eu aperto o meu passo do outro lado da rua
-Italo
Pergunto mais uma vez, mas nada.

Ele começa a correr da cabeça baixa, eu desesperada corro atras dele, e por um descuido meu, acabo atravessando a rua correndo, mas eu não tinha visto que um carro vinha vindo em alta velocidade, só escuto “Daisy”, que alguém grita la no fundo, e a minha vida fica em câmera lenta, vou caindo gradativamente no chão e perdendo completamente minha visão, só sinto meus olhos se fechando lentamente e não sinto mais nada e nem ninguém, parecia que ali, era meu fim.

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